
Aspectos da gravidez na adolescência no Amazonas: análise de uma década
AUTOR
Patrícia Leite Brito
CO-AUTORES
Simony Barroso Pereira, Vitória Costa de Araújo
CONTEÚDO
Universidade Federal do Amazonas.
INTRODUÇÃO A gravidez na adolescência é uma questão de saúde pública no Brasil assim como também no estado do Amazonas. Esse fenômeno acarreta problemas de natureza biológica, psíquica e social, além de prejuízos no desenvolvimento de mães e recém-nascidos, com aumento da prematuridade e mortalidade. OBJETIVO: O estudo avalia dados epidemiológicos, acerca da gravidez na adolescência no estado do Amazonas, entre 2013 e 2023. MÉTODO: Trata-se de um estudo retrospectivo transversal quantitativo, a partir de dados secundários abertos, da plataforma DATASUS\TABNET, utilizando as variáveis, estado da federação, faixa etária de 10 a 19 anos, idade gestacional ao nascimento e tipo de parto. RESULTADO: A incidência de gravidez na adolescência no Amazonas representou 26.8% do total de casos ocorridos na região Norte, com destaque para os Municípios de Manaus, Entorno e Alto Rio Negro, com 206.990 casos, e a região do Purus com o menor número de casos. Com relação a qualidade da assistência pré-natal, encontramos 37% de não adequados e 1,3% sem pré-natal. Quanto a idade gestacional no parto, encontramos 80,9% de nascidos a termo, 11,78% em prematuridade tardia, 1,9% de prematuros extremos, 4,0% de pós-datismo e 0,6% de ocorrência de abortos. Quanto a via de parto, 70,7% foram partos vaginais. CONCLUSÃO: A maternidade precoce é um fenômeno complexo, associado a fatores econômicos, educacionais e comportamentais, sendo fator de risco para inúmeras complicações na saúde do binômio mãe e filho. A falta ou a assistência pré-natal inadequada, pode contribuir para o aumento na taxa de prematuridade, baixo peso ao nascer e mortalidade nesse grupo. Ademais, o Amazonas apresenta inúmeros desafios quanto acessibilidade à saúde de qualidade para a população adolescente, com falta de recursos humanos especializados, estrutura física dos centros de saúde, de equipe multidisciplinar e de suporte psicológico nesse momento delicado. Desenvolver ações e políticas públicas eficientes, preventivas, com informação, acesso aos métodos contraceptivos de longa duração e educação sexual, podem a longo prazo melhorar essa dura realidade, promovendo diminuição do número de gravidezes, nessa faixa etária e minimizar os resultados negativos.