
Neovaginoplastia: Comparação da Técnica de McIndoe com Pele Autóloga e com a Pele de Tilápia
AUTOR
Zenilda Vieira Bruno
CO-AUTORES
Thamile Chaves dos Santos, Letícia Nacle Estefan Sobral, Mariana Férrer Moreira Ciríaco, Raquel do Amaral Meireles Freitas, Lorena Rodrigues Ferreira Guimarães Santos, Marcelo Praxedes Monteiro Filho, Paula Bruno Monteiro, Leonardo Robson Sobreira Bezerra
CONTEÚDO
Introdução: A agenesia vaginal tem como principais causas a Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH) e a Síndrome de Insensibilidade a Andrógenos (SIA). Entre as abordagens cirúrgicas mais comuns para pacientes com malformações, atresia ou agenesia vaginal, destaca-se o uso de enxertos autólogos de pele, frequentemente realizados por meio da técnica de McIndoe. Recentemente, a pele de tilápia do Nilo (NTFS) tem emergido como um biomaterial promissor, sendo uma alternativa acessível e econômica, além de apresentar baixo risco de complicações, para essas reconstruções cirúrgicas. Objetivo: Descrever as principais etiologias, dados epidemiológicos e tamanho final da vagina das pacientes que realizaram cirurgia de neovaginoplastia em um hospital universitário terciário, com a técnica de McIndoe, utilizando enxerto autóloga e xenoenxerto de Tilápia. Métodos: Estudo retrospectivo, transversal e quantitativo através de revisão de prontuários. Das 67 pacientes operadas entre abril de 2004 a abril 2024, 32 adolescentes participaram do estudo. Resultados: A idade média foi de 17 anos, das quais 43,8% foram diagnosticadas com a Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser; 12,5% outras má formações mullerianas; 6,3% com DDS 46,XY; e as demais com hiperplasia de suprarrenal e DDS ovotesticular com cariótipo 46,XX. Quanto a técnica utilizada, 53% realizaram a neovaginoplastia com pele de tilápia do Nilo, 47% com pele autóloga. Antes da cirurgia a vagina tinha em média 0,6cm e as adolescentes não aderiram a técnica de dilatação vaginal ou não tiveram bom resultado. O comprimento vaginal final, não apresentou diferença estatística entre as técnicas, média de 7,5 cm. Quatro pacientes, que não tinham atividade sexual e não utilizaram o molde de silicone no período pós-operatório, houve regressão a um comprimento vaginal menor que quatro cm, após um ano da cirurgia. Quase todas já tinham atividade sexual satisfatória no retorno de um ano. As complicações daquelas que utilizaram a pele autóloga foram pelos na vagina, e granuloma, fatos que não aconteceram nas que utilizaram a pele de tilápia. Conclusão: A realização de neovaginoplastia com a pele de tilápia do Nilo tem se mostrado uma importante ferramenta para a promoção da qualidade de vida e saúde sexual das pacientes com agenesia vaginal.
Palavras-chave (DeCS): Transtornos do Desenvolvimento Sexual; Transtorno 46,XY do Desenvolvimento Sexual; Procedimentos Cirúrgicos Operatórios