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A abordagem clínica da mulher com epilepsia catamenial: uma revisão narrativa

AUTOR

Mariana Ramalho Ferronato

CO-AUTORES

Priscilla Frauches Madureira de Faria, Ana Carolina de Paula Vasconcelos Câmera, Giovana De Nardo Maffazioli, José Maria Soares Jr, Edmund Chada Baracat, José Alcione Macedo Almeida

CONTEÚDO

Universidade Federal do Ceará (UFC)/Maternidade Escola Assis Chateaubriand


Contexto: A Síndrome de Fraser é uma desordem autossômica recessiva rara, caracterizada por um espectro de anomalias congênitas, como criptoftalmia, sindactilia, agenesia renal e anomalias musculoesqueléticas. Entre essas, o septo vaginal é uma anomalia genital notável. Esse quadro frequentemente causa amenorreia primária com possível desenvolvimento de hematocolpo na idade da menarca. O manejo cirúrgico geralmente envolve aspiração de sangue e ressecção primária do septo, com anastomose da mucosa vaginal. Em septos espessos, pode ser necessária vaginoplastia com enxerto para facilitar a anastomose e prevenir formação de cicatriz pós-operatória. Recentemente, a pele de tilápia do Nilo, derivada da Oreochromis niloticus, surgiu como uma opção promissora para vaginoplastias.
Descrição do caso: Paciente feminina de 12 anos, sem histórico de menarca, apresentava traços fenotípicos como útero bicorno, agenesia renal e palpebral esquerda, orelhas pequenas com baixa implantação, prognatismo e escoliose. Procurou atendimento terciário devido a dores pélvica e lombar. Exames de ultrassonografia e tomografia sugeriram hematométrio e hematocolpo, indicando necessidade de internação para manejo cirúrgico. A cirurgia começou com punção guiada por ultrassom no introito vaginal, resultando em saída de sangue escuro. Uma incisão transversa foi realizada no introito, seguida por dissecção do espaço vaginal, revelando septo vaginal oblíquo espesso na parede esquerda com material sanguinolento. Após drenagem do sangue, realizou-se retirada do septo. Para manutenção da perviedade, realizou-se vaginoplastia com criação de um canal patente de 10 cm sustentado por um molde acrílico de 9x3 cm envolvido por pele de tilápia do Nilo. Após uma semana de internação, o molde foi removido, e a paciente foi orientada a usar molde de silicone por um mês para manter a patência vaginal. No acompanhamento, o painel genético revelou mutação no gene FRAS1, incluindo a variante 7084C>T;p, reforçando o diagnóstico de síndrome de Fraser.
Comentários: A pele de tilápia do Nilo surge como ferramenta importante para a septoplastia em pacientes com septo que evoluem com hematocolpo. Rica em colágeno tipo I e com propriedades antimicrobianas, ela atua como um suporte para o crescimento celular e regeneração tecidual, contribuindo para a criação de uma neovagina funcional.

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