
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Menu
Já é associado(a)?
Aconselhamento contraceptivo para adolescentes com doenças autoimunes: uma revisão sistemática
AUTOR
Luana Cunha Machado
CO-AUTORES
Vanessa Cunha Machado, Márcia Sacramento Cunha Machado
CONTEÚDO
¹ Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - EBMSP
Introdução: O aconselhamento contraceptivo é essencial na adolescência para promover segurança e evitar gravidez precoce, associada a riscos para a mãe e o feto. Em adolescentes com doenças autoimunes, esses riscos são amplificados, com impacto biopsicossocial e na saúde reprodutiva. Apesar do acompanhamento médico frequente com diversas especialidades, há lacunas de informações sobre contracepção, especialmente quanto à interação com medicações teratogênicas, comuns no tratamento dessas condições. Objetivo: Analisar características do aconselhamento contraceptivo fornecido às adolescentes portadoras de doenças autoimunes. Métodos: O protocolo PRISMA 2020 foi utilizado como guia para essa revisão sistemática. Os descritores do DeCS/ MeSH foram: “Anticoncepção/Contraception”; “Adolescente/Adolescent”; “Doenças Autoimunes/Autoimmune Diseases”. As buscas nas bases de dados foram realizadas no dia 25 de outubro de 2024. As bases de dados utilizadas foram: PubMed, PubMed Central (PMC), BVS, Lilacs, Scielo e Embase. Foi realizada também uma busca manual nas referências. Os critérios de inclusão utilizados foram: Adolescentes do sexo feminino de até 19 anos que sejam portadoras de alguma doença autoimune. Critérios de exclusão: Trabalhos que não estejam disponíveis em sua forma completa, séries e relatos de caso e estudos que não respondem ao objetivo primário. Para a seleção dos artigos foi utilizado o software Rayyan para revisões sistemáticas. Foram captados 623 artigos no total da busca, após a seleção, esse número foi reduzido a 4 estudos para a análise. Resultados: Os estudos analisaram ao todo 1096 pacientes do sexo feminino portadoras de doenças reumáticas e de lúpus eritematoso sistemico (LES). A maioria dos estudos identificou que mulheres mais jovens estavam mais propensas a receber informações dos profissionais de saúde sobre métodos contraceptivos e que a prevalência de aconselhamento nos estudos foi superior a 70%, assumindo a média de 74%. As informações sobre contracepção foram transmitidas com maior frequência por reumatologistas e ginecologistas. Mulheres em uso de medicamentos teratogênicos também obtiveram mais chance de receber aconselhamento sobre contracepção.Conclusão: Constatou-se que adolescentes com doenças autoimunes recebem aconselhamento contraceptivo em alta prevalência, especialmente as que usam medicamentos teratogênicos. Apesar disso, há necessidade de práticas mais uniformes e acessíveis para garantir segurança reprodutiva a esse grupo.